terça-feira, 12 de novembro de 2013

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O amor de "mim"


Hoje eu quis o diferente, o impensado, quis o que ninguém ousara conseguir, ou até mesmo ir em busca. Estava em tudo e ao mesmo tempo em nenhum lugar, e por alguns instantes tudo pareceu tão confuso, que imagens distorcidas tomaram formas incapazes de serem definidas. Sentia falta de algo,  algo que só eu poderia achar, por saber o caminho, por já tê-lo percorrido nos momentos em que quis mostrar que o problema não estava na busca, e sim, no desejo de quem buscava.
Hoje eu quis o amor de mim, quis ficar comigo, quis deixar as vidas passarem e ficar com a minha, desejei  o meu afeto, e no exato instante de meu desejo encontrei-me, e fiquei ali, em silêncio, ouvindo minhas preces, e mais do que achar, passei a sentir...
O amor de mim me envolveu, tomou-me pelos braços, acalmou-me em seu aconchego, desfez em mim a vontade de procurá-lo em qualquer outro lugar, lembrou-me de que pessoas sem amor não são capazes de amar, que não importava o quanto eu quisesse ou tentasse, sozinha eu jamais conseguiria. Me libertou do cárcere da espera, lugar onde ficamos quando pensamos que as pessoas ao nosso redor farão mais do que nós conseguimos fazer. Lembrei-me dos que haviam se ausentado por necessidade, e muito mais do que o fizeram por querer, e os deixei ir. Nenhuma presença era mais importante do que a minha, nenhum calor  a não ser o meu, poderia me aquecer. Não quis entender ninguém, ajudar alguém, já não faria naquele instante, o que de fato não era responsabilidade minha.
Entreguei-me a meu próprio bem estar, deixando fluir toda a beleza existente em meu ser, despi-me das expectativas que tanto me atrasavam, mandei embora falsas esperanças criadoras de ilusões, eu era  de mim, e de mais ninguém, eu me amei e me fiz feliz, e senti que aquele  sentimento estava sendo retribuído. Compreendi fatos que sempre estiveram abaixo de meu nariz, embora quase nunca os tivesse percebido, não me culpei por nada, não me cobrei por minhas falhas, não quis de mim o que ainda não havia conseguido.
 Eu sabia que não deveria, tinha  plena convicção de que o amor de mim era a única coisa que deveria ser semeada, regada, e cultivada. Que somente esse fruto seria verdadeiro, e não me deixaria, não iria embora no momento em que mais precisasse dele. Permaneceria aqui, quando todo o resto ousasse ir embora, e através dele, recomeçaria tudo de novo,  quantas vezes fossem necessárias.
O amor de mim me fez ver que pessoas, tentam ser elas mesmas, mesmo que para  isso tenham que ocultar sua verdadeira face. Que o motivo pelo qual alguém me fere, é por que também já foi ferido. Que a falta de afeto nada mais é do que um pedido de socorro por quem quer ser amado. Que palavras ofensivas só me atingem se eu assim permitir. Que amores impossíveis só existem em minha cabeça . Que sempre posso mais do que penso. Que quando me ausento, não estou desistindo, mas deixando que as coisas se acertem sozinhas.
Compreendi que os muros não existem para afastar, mas para serem ultrapassados. Que o desejo deve ser maior que a vontade. Que se for amar, que não seja pela metade. Que as lágrimas caiam, quando nada mais puder ser feito. Que o encontro só se dá com a busca. Que só se acha, quem se perde. Que o desamor destrói, e o amor remonta.
O amor de mim me fez compreender pela segunda vez, que o problema não estava na busca, e sim, no desejo de quem buscava...


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Um comentário:

Anônimo disse...

Excelente!! O amor próprio tem que está sempre em primeiro lugar, se sentir bem consigo mesma é a melhor coisa do mundo ,sem se preocupar com o que os outros vão falar ou vão pensar ao seu respeito, se alguém gosta da gente vai ser do nosso jeito, sem precisar chamar a atenção e neh ser do jeito que os outros querem que sejamos! adorei a mensagem ... Parabéns !